
No coração antigo do reino axumita, entre ruínas de imponentes palácios e templos esquecidos pelo tempo, erguem-se estelas monolíticas como sentinelas silenciosas da história. Estas esculturas de pedra, muitas vezes decoradas com padrões intrincados e inscrições enigmáticas, contam histórias de um passado glorioso e de uma cultura rica em tradições e simbolismo. Entre essas obras-primas da arte axumita destaca-se a “Stele de Qohe,” um monumento que desafia a interpretação e fascina com sua beleza singular.
A “Stele de Qohe” é uma das estelas mais altas de Axum, medindo aproximadamente 24 metros de altura. Sua estrutura monolítica, esculpida em arenito vermelho-dourado, evoca uma sensação de imponência e poder. A superfície da estela é adornada com um intrincado desenho de portais arquitetônicos e padrões geométricos que lembram as construções axumitas da época. No topo da estela, encontra-se a imagem estilizada de um monarca axumita, possivelmente o próprio Qohe, o governante por quem a estela é nomeada.
A interpretação da “Stele de Qohe” é um desafio para historiadores e arqueólogos. Embora as inscrições presentes na estela sejam em ge’ez, a antiga língua da Etiópia, elas permanecem em grande parte indecifráveis. Os estudiosos acreditam que o texto pode conter informações sobre a vida de Qohe, seus feitos militares ou religiosos, e a história do reino axumita durante seu reinado.
As imagens gravadas na “Stele de Qohe” também são objeto de intensas discussões acadêmicas. O desenho arquitetônico dos portais sugere uma influência helenística, refletindo os contactos comerciais e culturais que Axum mantinha com o Império Romano e outras civilizações do Mediterrâneo Oriental.
A figura humana no topo da estela é um enigma. Alguns estudiosos acreditam que se trata de Qohe, enquanto outros argumentam que pode representar uma divindade ou um ancestral venerado pelo povo axumita.
Interpretações da Figura na “Stele de Qohe” | |
---|---|
Qohe em pessoa, retratando sua autoridade e poder. | |
Uma divindade associada ao reino de Axum. | |
Um ancestral reverenciado pela população local. |
A beleza da “Stele de Qohe” reside não apenas na sua imponência arquitetônica, mas também na aura de mistério que a envolve. As inscrições indecifráveis e as imagens enigmáticas despertam a curiosidade e instigam a imaginação, convidando o observador a viajar no tempo e desvendar os segredos da civilização axumita.
É fascinante pensar que estas estelas monolíticas, erguidas há mais de mil anos, continuam a nos fascinar com sua beleza intemporal e a nos desafiar com seus mistérios. A “Stele de Qohe,” como outras obras-primas da arte axumita, serve como um testemunho da rica história cultural da Etiópia e como um convite para explorarmos as maravilhas do passado humano.
A pesquisa arqueológica em Axum continua a revelar novos artefatos e a iluminar os segredos desta civilização antiga. Talvez, no futuro, a “Stele de Qohe” revele seus mistérios completamente, fornecendo insights valiosos sobre a vida, a cultura e a história do reino axumita.
Entretanto, mesmo que as inscrições permaneçam indecifráveis, a beleza da “Stele de Qohe” continuará a nos encantar por gerações. É um testemunho da criatividade humana, da capacidade de transformar pedra em arte e de transmitir mensagens através do tempo, desafiando-nos a desvendar os enigmas do passado.
Para quem visita Axum, a “Stele de Qohe” é uma parada obrigatória. Observá-la de perto é vivenciar um momento único na história, conectando-se com a ancestralidade e sentindo a energia deste antigo reino. É um convite para refletir sobre o legado da humanidade e a importância de preservar nossa história para as futuras gerações.